domingo, 24 de dezembro de 2023

El huevo de la serpiente: ¿la gestación de un nuevo monstruo porteño?


 

Ingmar Bergman, o genial diretor de cinema sueco, já nos anos 20 do século passado profetizou o desenvolvimento da serpente gestada no ovo maligno do nazi-fascismo.

A serpente não somente nasceu, mas prosperou e largou influências mundo afora, que eclodem até em nossos dias.

Em “O Ovo da Serpente” já vaticinava um de seus personagens: “É como o ovo da serpente. Através das finas membranas, você pode claramente discernir o réptil já perfeito”.

Nascerem em vários pontos da Europa, das Américas e, em especial no Brasil e na Argentina (mais de uma vez). Suportamos sua peçonha por mais de vinte anos em nosso país e nos sujeitamos à ameaça ressurreta da fênix do mal recentemente.

Nuestros hermanos argentinos suportaram a víbora também nos anos 1966/1973, tendo presenciado toda sorte de torturas, assassinatos, desaparecimentos e tudo o que de pior têm as ditaduras em seus bornais.

Em plenos dois mil e vinte e três os argentinos resolveram alçar ao poder o que se parece neste momento com uma serpente anfisbena. Trata-se, portanto, de um réptil que apresenta´a anomalia intrínseca de possuir duas cabeças ao mesmo tempo.

Devemos chamá-la de Macrilei? Ou será Mileicri?

É fato que uma das cabeças (ambas de espírito totalitário), diga-se de passagem, opera frente às câmeras e outra nos bastidores.

Ao programa de governo chamam “ultraneoliberalismo”, palavra que nada significa. É como o lençol do fantasma: todo mundo vê o que há por fora, mas não consegue enxergar o que há por debaixo dele...

Os absurdos, desmandos, inconstitucionalidades e desumanidades até agora apresentados dão-nos a sensação de horror. Sentimos até mesmo uma espécie de premeditação de que outros monstros do passado (Viola, Videla, Galtieri e outros) buscam retornar à cena macabra que ora parece se encenar.

É esperar para ver com anseios de que se possam reverter os temores de que a Argentina possa escapar ao desastre social, político e humanitário em cartaz.

É tema para voltarmos em futuros comentários...    


sexta-feira, 29 de setembro de 2023

OS VELHOS JÁ NÃO SABEM DISTINGUIR ENTRE UM PEN DRIVE E UMA MOTOSERRA?

 


É o vento frio do inverno que incendeia corações.

É do silêncio das bocas caladas que brotam os discursos amorosos.

É dos gestos imóveis que procedem as melhores carícias.

É do pensamento que surge a ação.

É da morte que nasce a vida.           

A vida, em síntese, é um exercício da mais pura dialética, confrontando o novo e o velho para que se produzam as grandes conquistas. O confronto das idéias é a gênese da mais profícua inteligência e seu admirável poder de disseminação por entre os de boa-fé. Mas só entre os de boa-fé.

Dialética que é, também convive com a imbecilidade daninha que busca sugar sua seiva para transformá-la em proposituras estapafúrdias e vazias. Mas o bem sempre vence. E a inteligência também. Porém não me refiro àquela denominada “artificial”, que não é mais que um produto de consumo. Não contém em si o poder apocalíptico que lhe tem sido atribuído.

Não, não mesmo!

Somos maiores que ela.

E somos mais fortes!

Somos divinos!

Neste mundo em que vivemos, já tão gasto pelo uso – pelo mau uso, diga-se – ainda opomos o novo e o velho não como complementaridades, mas como antagonistas de uma comédia burlesca que insistimos em encenar.

Brotam nas redes – as sociais – seres caricatos à semelhança dos geniais personagens de Pasolini em Decameron ou nos impagáveis Contos de Canterbury. Mas sem nenhuma graça ao inverso daqueles, porque frutos da ausência da dialética e do autêntico esforço mental. Tais produtos nem mesmo se prestam à purgação da anátema cristã, como os geniais houveram merecido.

Ao redor de nós mesmos gira esse mundo, lar nosso, muitas vezes autofágico (que o diga a mãe natureza) e tantas vezes caótico porque perdido em si mesmo. Neste reino do hedonismo, o que fazer com a razão?

E com as emoções, quais ainda nos restam?   


quinta-feira, 28 de setembro de 2023

LIBERDADE PARA DEUS

 



O filme “Som da Liberdade” vem obtendo recordes de bilheteria no Brasil, particularmente em razão do afluxo de milhares de evangélicos, de conservadores de toda espécie e de centenas de damares aos cinemas de todo o país. Acresça-se a isto a farta distribuição de ingressos grátis, custeados por igrejas que em algumas vezes alugaram integralmente salas de projeção para abrigar somente tais religiosos.

Por que isto?

Trata-se de um filme comum, porém baseado em fatos reais, envolvendo  o heroico resgate de crianças sujeitas à exploração sexual cometida por gangues que se especializaram nesse diabólico delito. Evidente que os agentes policiais que empreenderam a ação de libertar as vítimas podem – e devem – ser considerados heróis. Isto é senso comum e o ato que praticaram merece nosso respeito e admiração.

Então, qual a verdadeira razão para tanto frisson com o filme?

Os citados acima, adeptos da mais cruel extrema-direita, similar àquela onde se inscrevem Adolf Hitler e entidades como a Klux, são guerreiros contra o que sua ignorância atribui ao comunismo. Afinal, imaginam eles, “comunistas devoram criancinhas”!!!

Vão aos cinemas em nome de Deus, a quem tentam aprisionar e manter sob suas ordens mais estranhas (assim devaneiam). Afinal, dizem Damares e outros desvairados, o Criador com eles fala abertamente e se encontra sob suas determinações. Já ouvimos apregoarem que “Deus estará conosco na terça-feira...” ou “Deus fará milagres neste templo...” ou se sujeita a trepar em frágil goiabeira e tantas outras afirmativas que nos fazem imaginar que tais líderes religiosos aprisionaram o Pai para que atuasse sob suas ordens e clamores.

Ser a favor ou contra o aborto é decisão pessoal. Da soma de tais opiniões emanadas dos eleitores é que emergirá a norma legal que permitirá ou não, cerceará ou não, tal prática.

Não cabe neste pequeno texto discussão a respeito do tema (nada impede que tratemos dele em momento específico posterior). Cabe aqui – e este é o objetivo destas palavras – um clamor:

LIBERDADE PARA DEUS!!!

É preciso que Ele seja liberto das amarras que alguns elementos perniciosos de nossa sociedade tentam Lhe impor. Não conseguem e nem conseguirão, mas não desistirão de tentar.

Enquanto isto, assistam ou não ao filme. Se assistirem, restarão agradecidos os produtores, atores e demais profissionais nele envolvidos. Se não assistirem, continuem vivendo as próprias vidas implorando as bênçãos do Salvador.

Mas nunca, em nenhum momento, tentem atrelar a uma trivial produção cinematográfica os desejos e desígnios relativos à defesa de princípios que não são privilégios de um grupo social. São questões de necessária discussão social por todos os cidadãos deste país, aqueles que se encontram submetidos à doce e amorosa condução de Deus, mas também por aqueles que pecaminosamente ensejam aprisioná-lo sob os grilhões de uma crença ausente da Bíblia e fundamentada em heresias.