É
o diabo uma acepção grega que a partir de “diábolos”
significa aquele que inspira o ódio e a inveja. Personifica o "ho diabolan", o caluniador, ou acusador. É tratado como a
representação do ser maldizente, imerso em calúnias.
No grego διάβολος, é um um anjo querubim, próximo
de Deus e que foi expulso do céu por ser iniciador
de uma rebelião de anjos contra Ele, com o intuito de tomar o trono.
Tentativa de um golpe de Estado, por assim dizermos...
Como em todo conhecimento que povoa a
raça humana, em especial a cristã, julgou-se necessário criar um símbolo, um
ícone ao dizer de nossos tempos. Daí a cor vermelha, os chifres, o rabo...
De malfeitor e essência do que pior
conhece a raça humana, foi ele peça fundamental no avanço das religiões, em
especial a cristã, É de se perguntar o que seria do cristianismo,
principalmente nos tempos obscuros da Idade Média, sem o diabo.
É de se perguntar ainda se quem
manteve cativos os fiéis durante séculos de domínio da hierarquia católica foi
a verve dos padres ou do medo inspirado pelo "ho diabolan".
Pode-se considerá-lo
como razão do apego religioso, fundamentado no medo das coisas ruins que ele
poderia provocar ou como simples símbolo do mal. Em qualquer das hipóteses, a
convicção de sua existência espiritual ou material coloca o “coisa ruim” em
situação equivalente à do próprio Deus, ainda que de forma antagônica.
O padre católico
Fábio de Melo disse em uma entrevista: “Cada um que expulse o
diabo que criou. O diabo é seu, somente você tem autoridade de tirá-lo da ação.
Se eu fico pensando no diabo como uma instância, eu perco a responsabilidade de
reconhecer em mim o que é diabólico. Eu tenho atitudes diabólicas, você tem
também”.
Esta é a absoluta
negação do exorcismo e a transformação do diábolo
em mero sentimento profundamente humano, nascido de nossas invejas,
maledicências ou desejos inconfessos.
Por sua vez, o papa
Francisco já disse que “o diabo é mentiroso, é o pai dos mentirosos,
o pai da mentira”. Será que, entre outras palavras, ele não seria a própria
mentira?
Disse também que “Precisamos de um exorcista, porque uma
pessoa foi possuída pelo demônio’, não me preocupo tanto como quando vejo essas
pessoas que abriram a porta aos demônios educados, que convencem de dentro que
não são tão inimigos”. Consideremos que tais portas informadas pelo
grande papa parecem ter sido abertas no
interior do próprio cristão.
Parece que é em suas cavernas interiores que o crente molda e
estrutura seu próprio e particular demônio.
Uma coisa se
afigura aparentemente certa: o bem é ensinado pela palavra de Deus e cabe ao
fiel assimilar sua doutrina, interiorizá-la e mantê-la como bússola na trilha
da vida.
O mal, ao
contrário, não tem manual de instruções, é, ao contrário, construção artesanal
inspirada pelos piores sentimentos humanos, como a inveja, a cobiça, a ira e
tantos outros.
Por via das
dúvidas, melhor preencher nosso interior – ou nosso espírito, como queiram –
com sentimentos nobres e aspirações benéficas para nossa vida e a de quem nos
rodeia.
Não é
definitivamente uma boa idéia criar o diabo dentro de si...