Não sabíamos, mas Bernardo
Bertolucci tinha um encontro marcado no último dia 26 de novembro com seus
companheiros italianos de genialidade no cinema mundial. Certamente estavam
esperando por ele Pasolini, Visconti, Rosselini, Fellini e Antonioni.
É um pouco perda de tempo falar
de alguém dedicado às artes e de tanta importância nesse cenário. Bom mesmo é assisti-lo e reprisá-lo. Bertolucci
mereceu o título de polêmico, tão bem desempenhado em O Último Tango em Paris.
Nunca um pote de manteiga ganhou
tantos holofotes... E o que dizer de um alegado estupro rediscutido mais de 40
anos depois? Coisa de Bertolucci.
Lançado em Roma no final de 1972,
o Último Tango só conseguiu ser exibido aqui em 1979, por causa da proibição
imposta por nosso tacanho departamento de censura. Junto com ele, os operosos
censores também impediram a exibição de A Laranja Mecânica, de Kubrick, Estado
de Sítio, de Costa-Gavras, Decameron, de Pasolini, e outras tantas obras cinematográficas.
É... a censura... Sempre
caminhando oculta ou explicitamente ao lado das artes. É fantasma que tenta
assombrar-nos novamente pelo desejo de insones vampiros medievais renascidos de
tempestades que se insinuam.
Retornando ao mestre, relembremo-nos também
de La Luna, levado às telas no final dos anos 70, tratando do incesto, tema até
hoje proibido nas rodas de bate papo?
Mas Bertolucci foi também delicado e leve no belíssimo
Beleza Roubada, que expõe um dos cenários mais bonitos do mundo – a Toscana,
mais tarde relembrado por Audrey Wells em Sob o Sol da Toscana.
Foi também premiado em diversos festivais pelo mundo afora,
incluindo ao 9 Oscars amealhados por O Último Imperador.
Tantas obras importantes, mais de duas dezenas, em um histórico de variedades e importâncias capitais.
O diretor teve ainda a seu lado alguns dos maiores e mais
consagrados atores da cinematografia mundial, como Marlon Brando, Maria
Schneider, Robert de Niro, Gérard Depardieu, Donald Sutherland, Peter O´Toole, Jeremy
Irons, Liv Tyler, John Malkovich, Keanu Reeves, Bridget Fonda, Ugo Tognazzi,
Charles Bronson, Henry Fonda, além da belíssima Cláudia Cardinale.
Algumas películas contaram ainda com a música dos
consagrados Gato Barbieri e Ennio Morricone. Ao final, os arquivos dos temas de
Era Uma Vez... e de Último Tango...
Vá, grande mestre. Quem sabe dá pra sair um novo filme
extraordinário sob a condução do eterno e insubstituível time de italianos
cineastas que marcou para sempre a sétima arte?
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Tema de Era uma Vez no Oeste: https://youtu.be/JY0LYitEVxo
Tema de O Último Tango em Paris: https://youtu.be/OezsWMTGxPw